
Os Jogos em si são um espetáculo: a festa de abertura, um show memorável; os anfitriões, muito esforçados em apresentar um outro país, que não o real, para o turista ver; as equipes esportivas, consagradas em suas fronteiras; os atletas, um capítulo à parte!
Desde o ressurgimento dos Jogos Olímpicos na era moderna, em 1896, após os esforços do Barão Pierre de Coubertin, a cada quatro anos, exceto em tempos de guerras mundiais, atletas e equipes do mundo inteiro se enfrentam, buscando a consagração esportiva no lugar mais elevado do pódium: a medalha de ouro!
O ideal olímpico, antes de retratar apenas a união entre os continentes, sem discriminação qualquer, na verdade, apregoa a determinação, a renúncia, a disciplina, o esforço, a superação, a dor..., que cada atleta tem que enfrentar para chegar ao ouro, para quebrar os recordes, para se tornar um campeão olímpico! Mais do que qualquer outro campeonato, o ouro olímpico retrata o cume na carreira de qualquer desportista do planeta!
Em nome desse sonho, quantos sacrifícios são feitos, quantas horas passadas longe dos entes queridos, em uma dura rotina que, muitas vezes, se inicia quase uma década antes da competição!
Então, por que a sensação de que o Brasil, em diversas situações, age como o náufrago que nada mas morre na praia? Por que, quando chegamos às semi-finais, naturalmente acabamos em 3º ou 4º lugar? Por que falta garra aos nossos atletas?
Fico receoso que estejamos formando uma geração de desportistas, quiçá de brasileiros, acostumados a perder, de 2ª categoria, que se conformam em ser figurantes dos jogos dos outros, que se vêem como nascidos apenas para cumprir tabela, contentes apenas em competir, amadores em tudo!
É evidente que chegar a uma competição de tão elevado nível técnico é algo memorável, uma experiência única, e não há nenhum demérito nisso! Mas não foi apenas para ser figurante na festa alheia que tantos sacrifícios foram feitos! Nenhum atleta deixa sua casa sem sonhar com a vitória. Os que fazem assim não podem retratar os ideais do desporto, pois jogar sem querer vencer é uma atitude anti-desportiva! Figuração é uma tarefa para atores!
Se o reiterado insucesso brasileiro em competições retrata uma questão cultural, que consigo ver imerso na igreja, então precisamos, mesmo, nos preocupar!
Vislumbro, em meio a tudo isso, uma atitude conformada com o insucesso, uma postura acostumada com o fracasso, uma alegria medíocre com o não-primeiro lugar, e, pior, tudo sob a aparência de humildade, numa aplicação equivocada do exemplo de Jesus!
Vejo em diversos arraiais evangélicos brasileiros uma conformação com um cristianismo manco, com uma fé de meia-tigela, com um estilo de vida que se diz semelhante a Cristo mas que aceita como certa a realidade do fracasso espiritual.
Por que há tantos exemplos tristes de “crentes” em Jesus, de “pastores”, de “irmãos”, que não hesitam em abrir mão do discurso bíblico apenas para se dar bem com “fervor”? Por que aceitamos tão bem o distanciamento entre a fé pregada e a vida praticada? Por que é tão normal sermos assim tão contraditórios, incoerentes?
Acerca do tema, a Bíblia ensina em 1 Coríntios 9.24-27 que devemos viver com determinação, lutar com disciplina, planejamento e técnica, a fim de não sermos desqualificados no final, mesmo porque buscamos um prêmio de muito maior valor do que o ouro olímpico: a medalha incorruptível!
Queridos, o Senhor Jesus Cristo não é, nem nunca foi, um fracassado; o Seu Reino não é para perdedores; não há lugar para figurantes em Sua Igreja! Não nos enganemos!
Mesmo todos sendo aceitos no Reino de Jesus, sem discriminação, e feitos um só povo nEle, é evidente que o Reino não é para os que vivem derrotados em seus delitos e pecados, escravizados em suas paixões, incontroláveis em suas emoções (Gl. 5.19-21)!
O Reino de Jesus é para os que querem se tornar mais que vencedores, pelo amor de Deus presente na Pessoa, na Palavra e na Obra de Jesus Cristo (Rm. 8.37-39), o que inclui você!
Creia que somente quando inteiramente rendidos ao Senhor Jesus é que poderemos usufruir a vitória do Salvador Jesus, para Quem fomos criados desde antes da fundação do mundo!
Em Cristo,
Carlos Henrique.
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