quarta-feira, 24 de junho de 2009

O LEGADO ESPIRITUAL DE UM PAI (parte 02)

Continuando o raciocínio da última semana, discorremos sobre o exemplo de outro pai, que gerou apenas dois filhos, os quais geraram filhos e netos, até os nossos dias!
Algum tempo depois de salvar a humanidade com a criação da diversidade de linguagens e de formas de pensamento, conta a Bíblia, a partir do 12º capítulo do livro dos Começos, que o Criador, Todo-poderoso, pleno e perfeito, impossível de ser surpreendido, continuou a buscar parceiros para um relacionamento de vida marcado pela integridade e obediência em fé.
Assim, ao sondar Sua criação em um novo dia, chamou a atenção do Criador um habitante da idólatra cidade de Ur, pelo que Ele decidiu Se revelar àquele homem!
Nascia, portanto, o relacionamento entre o Deus eterno e aquele distinto e íntegro novo-servo, ensejando uma longa relação de sucessores-servos do Altíssimo Criador, até chegar Àquele que iria libertar a raça de toda opressão não-criada, da escravidão que fora gerada pela maldade iniciada no coração do ex-servo-superior!
Esse novo amigo, chamado Abrão, conheceu o Criador, foi transformado em seu caráter outrora mentiroso e conveniente, e teve o privilégio de fazer um pacto (com firma reconhecida e tudo), um compromisso, uma aliança eterna com Deus!
E, então, como evidência de Seu compromisso com o servo, o Criador lhe prometeu um filho, uma descendência que seria como as estrelas do céu e como as areias da praia: numerosa, incontável até, reflexo da luz divina, perfeita testemunha do poder e amor do Criador!
O inexperiente servo pensou certamente o Criador Se refere a meu fiel auxiliar, que está em minha família há tanto tempo que até pode herdar todos os meus bens como se filho meu fosse! Mas não era isso que o Criador tinha em Seu próprio coração...
Na mesma hora, o Criador ressaltou que esse filho seria carne da carne e ossos dos ossos, ou seja, biologicamente filho, com exame de DNA e tudo o mais por direito, ou seja, filho mesmo!
Só que, na mesma hora, enquanto Deus falava ao servo o que faria, a esposa, que ouvia às escondidas, riu-se em seu coração incrédulo, religioso, mas não convertido, já que não se via em condições de crer, tampouco de procriar! Esse riso de incredulidade deu lugar ao riso da manipulação cínica e cética, capitaneada pelos que, enfermos em seu coração pecaminoso, querem exercer domínio sobre a vontade de Deus.
Assim, a anciã, vivendo na maturidade de sua menopausa, decidiu dar ao Criador uma pequena ajuda, e providenciou, ao marido e servo do Criador, uma concubina, para ser a barriga de aluguel, o ventre que iria gerar, pela via natural, uma descendência ao marido! E assim nasceu Ismael, ascendente de um povo que ensejou a cultura-religião-ideologia que mais cresce no mundo de hoje!
Alguém pode pensar: Quanto desprendimento! Quanta convicção da vontade de Deus! Quanto desejo de servir ao Criador! Ledo engano... O que motivou a anciã a sugerir ao seu esposo a se deitar com outra mulher foi tão somente o desejo de manipular a fé do marido, usando, contra o esposo, a fraqueza de sua liderança e a torpeza de sua lascívia, mantendo tanto o ancião como a jovem escrava procriadora sob seu domínio matriarcal, mediante as ameaças de sempre!
Após as devidas advertências e tratamento do Criador, eis que a anciã, em plena menopausa, concebeu, e a fé do outrora fraco marido frutificou na vida e no ventre de sua esposa, nascendo Isaque, o filho da promessa, alvo, até hoje, da inveja oculta dos descendentes de Ismael!
Essa história nos assevera o quanto precisamos permanecer dependentes do Criador, vivendo um pleno relacionamento com Ele, para sermos e continuarmos sendo, como família, frutíferos nEle, provando Suas promessas, renunciando todas as possibilidades de solução e realização humanamente manipuladas, que tentam apenas aplacar as inseguranças do nosso próprio coração!
Ademais, quando tentamos dar uma mãozinha ao Criador, subtraímos Sua glória e maculamos Sua obra, privando-nos de conhecer Sua boa, agradável e perfeita vontade, e trazendo eternas conseqüências para nós e os nossos descendentes!
Que o Senhor Deus tenha misericórdia de nós e de nossas famílias, a fim de que o nosso legado de vida não sirva para procriar filhos fracos, mas para neles forjar a fibra necessária à liderança e à coragem do coração que crê porque permanece íntegro diante de Cristo Jesus!
Em Cristo, em Quem aprendemos a confiar para crer, funcionar e esperar contra a esperança humana,

Carlos Henrique.

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