Seguindo o caminho do CADES, encontramos agora o propósito do discipulado. Eis aqui um propósito bastante desafiador e belo! Pensando rapidamente sobre este assunto, logo vêm à mente palavras como auto-negação, submissão, crescimento e formação, entre outras. Enfatizar o propósito do discipulado é reconhecer o seu papel na vida do cristão e da igreja, papel esse de fazer discípulos como o Senhor Jesus ensinou. É assim que nos encontramos com as palavras acima mencionadas.
Um dos primeiros elementos listados por Cristo para quem desejava segui-lO era o da auto-negação. "Aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me" - dizia (e diz) o Mestre. Ir após Cristo nada mais é do que engajar-se no discipulado, viver a vida de um discípulo. Qual o custo? Primeiramente, o de negar a si mesmo. Que desafio! Em vez de auto-afirmação, a proposta de Jesus para a Sua igreja é a de negação da vontade, colocando-se em lugar secundário diante do Mestre.
A submissão acompanha o conceito anterior. Não basta negar-se a si mesmo, mas colocar em primeiro lugar Quem é digno de tal posição. Com isto, nossas vidas são submetidas de maneira integral ao senhorio de Jesus. Nenhum discípulo que se preze está distante do seu mestre, e em rebeldia contra ele. Pelo contrário, quem vive em rebeldia não possui elementos concretos para ser chamado de discípulo, pois não segue o seu mentor.
A partir daí o crescimento e a formação do discípulo são tornados reais. As semelhanças entre Professor e aluno vão crescendo, sem a perda da identidade. O desenvolvimento de uma compreensão maior das questões fundamentais da vida, bem como de outras situações se perfaz em meio a um gostoso processo que envolve teorização, tentativa-e-erro, e muita disciplina. Para deixar de lado qualquer palavra mais difícil, o crescimento do discípulo acontece (sobre)naturalmente durante a vida, enquanto ele desfruta de comunhão com Deus. O salmista já dizia que sua sabedoria era maior do que a de muitos anciãos porque ele meditava na Lei do Senhor. Assim é com o discípulo de Jesus. A sabedoria passa a fazer parte de sua vida, e um discernimento alimentado pelo Espírito Santo, aliado à aplicação dos princípios bíblicos para a vivência humana tornam a caminhada deste peregrino uma manifestação bela da graça de Deus.
Em outras palavras, e adequando a descrição acima ao esquema P-P-F (propósito-processo-fruto), percebemos o instrutivo propósito do discipulado, que é viabilizado pelo processo da capacitação, e produz o fruto da maturidade.
Como isto pode ser aplicado à vida de uma igreja? Várias são as formas, mas já temos recomendado os pequenos grupos (com sua prestação de contas), a participação nas classes 101-501 e demais classes que promovem o crescimento na compreensão das verdades bíblicas e teológicas, o treinamento para o serviço, e o desenvolvimento do hábito diário de leitura bíblica e oração.
Através desta trilha a caminhada do discipulado cristão nos levará à cidade celestial, não sem grandes desafios para a vida presente, mas com uma viva esperança da eternidade com Deus.
Solus Christus.
Allen Porto
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