Assim chegamos ao propósito da ADORAÇÃO. Novamente, uma observação mais cuidadosa perceberá vários erros cometidos nesta área. Irmãos muito sinceros, em sua busca por uma prática autêntica, acabam por fugir dos elementos mais básicos da adoração.
A Bíblia é direta e simples sobre o assunto. Logo em Gênesis percebemos o homem como formado para dar glória a Deus com sua vida de obediência. O problema neste primeiro item gerou a angústia do pecado na humanidade, mas estava ali estabelecida a adoração como o modo adequado de se relacionar com o Pai.
Os demais livros da lei – os cinco primeiros livros da Bíblia – confirmam esta noção, e chegam a demonstrar orientações diretas do Senhor sobre o modo como deve ser adorado. Vale destacar o segundo mandamento, ao ensinar que a adoração a Deus não deve ser realizada conforme os pensamentos e a criatividade humana, mas segundo os mandamentos do Pai. Os episódios do bezerro de ouro (Êx.33), e do "fogo estranho" (Lv.10) são exemplos tristes de que adorar a Deus segundo o nosso coração pode ser um grande erro.
Os livros históricos apresentam a realidade de uma adoração integral ao Pai. Adorar, nesta perspectiva, não é algo limitado ao momento de culto, mas uma maneira de viver diante de Deus e da sociedade. Esta é a mesma perspectiva dos livros poéticos, que demonstram a adoração realizada em cânticos e poesias para os mais variados momentos da vida humana.
É nos livros proféticos, e mais especificamente em Isaías 43.7, que encontramos a declaração direta do Senhor, afirmando que fomos formados para a Sua glória – adoração é a razão de nossa existência!
O Novo Testamento confirma tais noções, e as aplica ao contexto do culto da igreja, e à totalidade da vida humana - "façam tudo para a glória de Deus" (1Co.10.31).
Se o ensino bíblico é tão evidente, por que deixarmos de aproveitar e viver esta adoração intensa e real para os filhos de Deus? Compreendemos o propósito, então devemos aplicar o processo, vivendo em celebração diante do Pai. Nossa existência em si deve ser um gesto de adoração a Deus, bem como o nosso trabalho, nossas conversas, nossa apreciação das artes, e nossos relacionamentos. Uma vida de celebração não guarda nenhum momento para si, mas apresenta todos diante do Pai, como reconhecimento de que tudo a Ele pertence.
Quando o processo da celebração toma forma em nosso comportamento diário, o fruto da mordomia começa a se apresentar de maneira bela e espontânea. Somos dele, e assim os nossos bens serão entregues a Ele. Os nossos cônjuges estarão em Suas poderosas mãos. Os nossos anseios serão derramados aos Seus pés. Nós seremos encontrados rendidos diante do Pai, honrando e celebrando o Seu santo nome, plenos de satisfação, pois encontramos a razão do nosso ser.
Soli Deo Gloria.
Allen Porto
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