quinta-feira, 11 de junho de 2009

A VIDA E SUAS SURPRESAS!

(Tg. 4.13-17)

A experiência humana é uma sucessão de surpresas que nos confrontam, inúmeras vezes, com as nossas mais reais limitações e completa finitude! Mesmo sendo tão perfeitamente falíveis, nós nos convencemos de um suposto controle sobre as forças, os fatos, as coisas e as pessoas ao nosso redor, e nos embriagamos com essa ilusória realidade!
Somos a contradição em pessoa, mas nos achamos perfeitos e completamente definíveis e decifráveis em nossas vontades e sonhos mais íntimos! Sentimo-nos como se fôssemos um livro aberto quando, na verdade, somos tão ocultos que sequer nos conhecemos a nós mesmos! O nosso corpo é tão perfeito até que começa a falir, parte por parte!
Nessa perspectiva de falsas definições e múltiplas presunções, acreditamos piamente em qualquer verdade, e em todas! Idealizamos um barco e nos jogamos ao mar como se, apenas pelo pensamento, ele já existisse! Construímos um objeto e imaginamos que ele alcançará perfeitamente todas as nossas expectativas a seu respeito! Vivemos e sonhamos como se fôssemos eternos e nos blindamos com uma simples bolha de sabão!
Quanta ilusão!!!
Toda a nossa pequenez deveria nos tornar mais humildes e sensíveis, não? Todo o descontrole ou, melhor dizendo, toda a ausência de controle que temos (não é contraditório?), isto é, o nosso não-controle de tudo, deveria nos impulsionar a um relacionamento crescente com o Único que é digno de receber toda a honra e toda a glória, o Senhor Deus Todo-poderoso, Criador do Universo, das coisas visíveis e da realidade invisível que nos cercam!
Mas, infelizmente, como somos experts nas ilusões do auto-engano, achamos que controlamos tudo e todos, sonhamos e planejamos como se nada pudesse dar errado, e, na maioria das vezes, jamais admitimos a menor possibilidade de não termos razão! Até que...
Até que as águas insistem em cair sobre nossas cabeças em quantidade além do esperado, e continuam a rolar sobre a superfície da terra com uma força acima do usual, alterando os limites dos rios e levando tudo pela frente!
Até que o supra-sumo da tecnologia, da inventividade humana, a máquina perfeita, a arca mais completa e mais complexa que a ciência humana jamais produziu, capaz de abrigar centenas de pessoas com todo o conforto, com todo o glamour, com toda a tecnologia disponível, com toda e velocidade... enfim, até que a tecnologia no estado da arte simplesmente desaparece do radar que todos imaginavam existir cobrindo todo o mar!
Até que, num esforço hercúleo e inimaginável de rápida e pronta unidade, surgem, do nada, oriundos das mais diversas culturas, os parceiros que se unem para resolver todos os problemas, localizar a tal arca, recuperar seus ocupantes e pertences, definir o indefinível e decifrar todos os aspectos do desconhecido!
Entrevistas coletivas são concedidas, outras arcas recriam a caminhada e, logo, a auto-suficiência humana tão limitante se deixa retratar: desconhecidos experts recriam os pseudo-fatos, hipóteses são levantadas, verdades são declaradas, o bom senso é descartado, a humildade se dissipa, e nos tornamos, uma vez mais, senhores do auto-engano!
Em vez de crescer, ao sermos confrontados com nossa finitude, tornamo-nos mais arrogantes! Em vez de buscar o crescimento, o perdão e o consolo no Senhor Deus, optamos por nos distanciar ainda mais, como a mais mimada criança que, tentando engatinhar com tanta debilidade, chora por não conseguir controlar o mundo ao seu redor!
Somente o Senhor Deus é que tem o controle do Universo; só Ele ocupa a posição de domínio e de poder sobre tudo e sobre todos; só Ele é que jamais pode ser surpreendido; só Ele é Quem humilha e eleva a quem Ele quer; só Ele é Quem cria a partir do nada; só Ele é Quem dá a vida em meio ao caos; só Ele é Quem sabe, de verdade, o que houve com a imensa e tecnológica arca metálica alada naquela turbulenta noite equatorial, no vale da mais escura realidade de contato do céu com o mar, onde o olho humano nada vê e o braço humano nada pode fazer!
Que aprendamos, sim, de verdade, a reconhecer, que só em Jesus Cristo há poder e autoridade suficientes sobre todos os elementos da natureza e do mundo espiritual, que só nEle podemos depender, e que só a Ele podemos dedicar, para sempre, a nossa vida, sem medo de falhas, do insucesso, do naufrágio, da escuridão, da inafastável morte!
Em Cristo, em Quem podemos planejar e sonhar com fé, sem perder a sabedoria e a humildade (Tg. 4.13-17),

Carlos Henrique.

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