segunda-feira, 17 de março de 2008

Os Servos da Restauração Integral

Temos visto palestras sobre a missão integral da Igreja, que representa o papel redentivo do Senhor Jesus – o Salvador do homem como um todo. Nesta perspectiva, evangelização e ação social andam de mãos dadas, percebidas como dois lados de uma preciosa moeda.

A continuidade deste pensamento tem sido estabelecida pela atual série de palestras sobre a restauração do homem. Neste contexto, a igreja é instrumento e alvo da cura Divina. Estamos em um processo adequado de tratamento, através do qual nossa forma de pensar, nossos traumas, posturas erradas, e pecados expressos estão sendo sondados e trabalhados pelo Espírito Santo que habita em nós. Todos, quer tenhamos décadas de igreja, ou minutos de vida com Deus, estamos em um processo de restauração que caminhará até o dia em que encontraremos o Pai face a face. (Desejamos esse dia ansiosamente??)

Como agentes de restauração, somos instrumentos de Deus para que outras vidas tenham acesso à cura de Cristo. Somos os amigos carregando o paralítico, subindo os muros da casa e abrindo espaço em meio às telhas para levarmos o doente a Jesus. Somos os anunciadores das boas notícias de liberdade e salvação no Senhor. Salvação com implicações espirituais, partindo da fé e arrependimento (participe da classe carisma e você entenderá isto melhor!), psicológicas, sociais, etc.

Em outras palavras, somos canais de uma transformação real, concretizada pelo Deus que se faz presente na História. O Ser infinito e pessoal utiliza o Seu povo no maravilhoso processo de reconstruir vidas, esperanças e a alegria.

Tudo isto, porém, sem doses de aplicação prática, poderia soar bastante romântico e utópico. A reflexão sobre a igreja como participante do cumprimento da missão que envolve integralmente o homem, inevitavelmente trará a discussão sobre o caráter de servo do crente em Cristo.

Não é possível contribuirmos para a libertação de pessoas escravizadas pela promiscuidade, mentira, drogas, fofoca, etc., nem é lógico pensarmos em uma restauração se não compreendermos cada cristão como um servo. A hipocrisia de um discurso vazio se torna patente diante das inúmeras formas de demonstrarmos concretamente a nossa fé – que ensina a humildade, o amor, a servidão.

Cada cristão é um servo? O que diriam as colunas deste shopping sobre a nossa prática dentro da igreja? O que diriam as ruas do Renascença sobre a nossa postura diante da comunidade que nos envolve? O que diriam os lares de famílias desestruturadas e relacionamentos quebrados em São Luís sobre a nossa atitude diante de nossa cidade? O que diria o nosso Deus sobre o nosso serviço a Ele?

Missão integral? Restauração? Tudo começa com um coração de servo. A disposição em promover o bem do outro, por ser alguém dotado da imagem e semelhança de Deus, e pelo amor que o Pai tem feito nascer na vida daqueles que têm intimidade com Ele.

Basta olharmos para o lado, e teremos mil formas de servir aos nossos contemporâneos. Escolhamos uma. Sigamos o exemplo de Cristo.

Solus Christus.

Allen Porto

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