Queridos,
Ao longo das últimas semanas, temos refletido, diante do Senhor Deus, acerca da ação ministerial da IBR em sua cidade, analisando fatores como o impacto causado pelo nosso serviço, tanto individual como coletivo, a sensibilidade que temos provocado, nos outros, quanto à mensagem do Evangelho, o potencial de crescimento observado, etc., tudo com a especial finalidade de compreender, em um processo contínuo, de forma clara, a vontade do Senhor para nossas vidas como Igreja Local que sonha em ser cada vez mais bíblica e relevante para alcançar, de verdade, sua cidade com o Evangelho, alcançando não apenas o presente, mas inclusive as gerações futuras!!!
Ao mesmo tempo, temos meditado nos passos iniciais da caminhada de aprendizado do povo hebreu no deserto, após o Êxodo do Egito, e temos nos identificado, em muito, com aquelas pessoas que, deslumbradas com a liberdade que receberam do Senhor, ainda lutam (e como lutam!!), com os conflitos entre suas vontades e pecaminosidade que tanto as afasta do ideal proposto por Deus!
E, quanto mais mergulho nas entrelinhas do livro de Êxodo, tanto mais nos vejo iguais àquele povo! Somos tão egocêntricos, tão míopes, tão imediatistas, tão limitados em nossa compreensão, tão distanciados de Deus, quanto nós e o próprio povo de Israel gostaria de realmente admitir!
Aprofundando a reflexão, chego a pensar que, se o Senhor afastar a liderança da igreja por algumas semanas, para um retiro espiritual mais solitário, teríamos uma nova versão, tecnológica e brilhante, do famigerado bezerro de ouro! E quanto maior for a sua resistência em reconhecer isso, tanto maior é a minha preocupação com a vaidade que nos destrói pela arrogância!
E como somos semelhantes àquele povo que nos acostumamos a condenar...!
Será que o povo de Israel tinha alguma noção do que aconteceria, quando deixou o Egito após a passagem do Anjo do Senhor ferindo de morte os primogênitos, poupando apenas os israelitas por causa do sangue do cordeiro? Será que Moisés conhecia os desafios que estavam sendo postos à sua frente? Será que algum de nós pode afirmar conhecer os meandros do coração e da mente do Senhor? Será que nossa visão de Deus já está completa?
Não, queridos, não! Somos um povo em formação, aliás, em trans-formação, como uma lagarta que teima em continuar lagarta por medo do próprio casulo em construção! Se, por um lado queremos poder voar e conhecer o melhor de Deus para nós, em outros momentos achamos tão gostoso nos arrastarmos pela terra suja e úmida a que estamos tão acostumados...!
Trazemos em nós tantas contradições que até somos tentados a deixar de lado o projeto transformador de Deus para apenas nos “auto-aperfeiçoar” como rechonchudas e letárgicas lagartas!
De fato, IBR, o que queremos ser? Em que sonhamos nos tornar? Em qual projeto nos encontramos: na lagarta de sempre ou na borboleta do amanhã, no medíocre de hoje ou no excelente do porvir?
Com muito amor, em Cristo, Carlos Henrique.
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